O prazer metálico de ser fálico que não fala nunca. Nunca me
olha nos olhos, e não fala das dores dos meus séculos acumulados na alma. Por
que não me olhas? A cela ao meu redor impede o toque dos vivos, estou morto para
a humanidade inteira e sua frieza
insiste em querer afirmar a não existência do meu ser. Esta é tua tática
diabólica, da não confirmação da minha existência, atravessando minha carne com
o sepulcro dos teus olhos, com a lança das tuas tristezas todas e dos teus
medos, e assim pensas que vai vencendo a ti mesmo, me matando todos os
instantes, todas as horas que pode, não
olhando para aquilo que criaste, não vendo as tuas entranhas se debatendo no
mundo, não enxergando a tua vida se debruçando na existência. Não , ser covarde
das carruagens metálicas, me tira as pernas e me corta os braços, me cega os
olhos e me amputa os dedos, me decepa o tesão de amar um homem de verdade e
escreverei com meu sangue, e dançarei de joelhos, e farei da minha arte o meu
caralho, para ainda assim te receber sorrindo o dia que na primeira fila teus olhos
apreciarem os meus.
FC
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